O governo do Peru abandonou um plano que reduziu o tamanho de uma área protegida em torno das antigas linhas de Nazca do país, após as críticas a mudança os tornou vulneráveis ao impacto das operações informais de mineração.
O Ministério da Cultura do Peru disse no domingo que estava restabelecendo com efeito imediato a área protegida que cobria 5.600 quilômetros quadrados (2.200 milhas quadradas), que no final de maio havia sido reduzida para 3.200 km2. O governo disse que no momento em que a decisão se baseava em estudos que haviam demarcado com mais precisão com “valor patrimonial real”.
A remota região de Nazca, localizada a cerca de 400 km (250 milhas) ao sul de Lima, contém centenas de artefatos pré-hispânicos e seu platô é famoso pelas linhas de Nazca, onde mais de 800 gigantes gigantes do deserto de animais, plantas e números geométricos foram criados mais de 1.500 anos atrás. A UNESCO os declarou um Patrimônio Mundial em 1994.
Um painel técnico de representantes do governo, arqueólogos, acadêmicos e membros de organizações internacionais, incluindo a UNESCO, trabalhará juntos para construir um consenso sobre uma futura proposta de zoneamento e uso da terra na área, informou o comunicado do Ministério da Cultura.
Os críticos da mudança proposta disseram que enfraqueceriam décadas de proteção ambiental e abririam a Reserva Arqueológica Nazca para mineração informal e ilegal, assim como os preços internacionais do ouro.
De acordo com números do Ministério de Energia e Minas peruanas, 362 mineiros de ouro em pequena escala operam no distrito de Nazca sob um programa para regularizar seu status. As autoridades já realizaram operações contra a mineração ilegal na área.
Luis Jaime Castillo, ex -ministro da cultura e arqueólogo que estudou os geoglifos, disse que a área protegida já estava “infestada de plantas ilegais de mineração e processamento mineral”.