Jovem rondoniense do atletismo disputa Brasileiro Sub-23 em Cuiabá e mira voos altos: "Me tornar uma das melhores"




Jovem rondoniense do atletismo disputa Brasileiro Sub-23 em Cuiabá e mira voos altos: "Me tornar uma das melhores"


Da admiração de longe, passando pelo incentivo de um professor a mudança de vida, Claudia Rayssa foi representante de Rondônia durante o Campeonato Brasileiro de Atletismo Sub-23. Por lá, a atleta esteve com os melhores do país na faixa etária e competiu nos 100 e 200 m rasos. Ela entrou na disputa com a camisa do Clube Naec de Cacoal.


– Foi experiência incrível. Onde estive próxima de atletas excepcionais. Só de estar no meio deles a sensação foi massa. Cheguei a competição através de um amigo que já participou de muitos brasileiros e chegou até no Sul-americano. Ele me falou poderia participar já que só tinha eu nessa modalidade e que eu estaria disposta a encarar as dificuldades pra poder participar desse campeonato.


– O rapaz que me indicou é de Machadinho Do Oeste e sabe dessa dificuldade de desvalorização daqui. O atleta em Rondônia tem que buscar os próprios recursos. Estamos aqui em busca de melhores lugares para treinar, treinos, para poder alcançar os atletas de ponta e chegar em mundiais, Sulamericanos. E, vestir a camisa do Brasil também. Ele, por exemplo, é de Rondônia e disputa por outro estado – comenta ao ge.globo/ro.

Esse é o sonho dos atletas daqui. E que graças a esse meu amigo uma parte desse sonho de, pelo menos, participar desse brasileiro realizamos. Por ele ser de Rondônia eu me inspiro nele. Então eu sei que posso conseguir também
— Claudia Rayssa.


Claudia Rayssa que esteve Brasileiro Sub-23 de atletismo, correndo em Ouro Preto do Oeste — Foto: Arquivo Pessoal


Para chegar até a competição, Rayssa começou a se dedicar em 2017. A atleta disputou o JOER daquela época nos 200m. Foi a primeira vez que estreou no esporte. Antes, havia disputado o futsal. O encanto foi imediato e a escola foi fundamental nesse fomento. Foi no Centro Técnico Estadual De Educação Rural Abaitará (CENTEC Abaitará) que o professor Tiago Oliveira fez com que o destaque fosse ainda maior. De modo que ela chegasse em competições nacionais.


– Comecei em São Felipe D’ Oeste. Eu queria participar de qualquer maneira do JOER. Sabia que era empolgante. Já tinha tido a oportunidade no futsal. Imaginei que o atletismo seria legal também. Vi os atletas aquecendo e fiquei apaixonada. Eu decidi treinar cada vez mais forte pra sempre estar indo além de cada etapa. Na época de escola tem fase municipal, regional, estadual e brasileiro.


– Me destaquei quando eu estudava em uma escola técnica Centec Abaitará onde tinha um professor que incentivava os alunos no atletismo. E que com eles eu consegui ir num brasileiro que foi em 2019 promovido pela Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE).



Claudia Rayssa no Brasileiro Sub-23 de atletismo — Foto: Arquivo Pessoal


– Fiz do atletismo minha vida, não conseguia ficar sem treinar. Precisava pelo menos correr uns 15 minutos pra ficar feliz e aliviar tudo o que eu passava durante o dia ou algo que acontecia comigo – completa.


Para poder chegar até o nível que queria, Claudia Rayssa chegou a ter que improvisar. Durante um período, percebeu a necessidade de evolução em um aspecto específico e se enfiou em outras modalidades dentro da corrida.


- Tive que correr resistência 5 km. Comecei participar dessas corridas porque não tinha corridas de velocidade em minha cidade(quando eu morava em São Felipe). Tinha os campeonatos estaduais em Porto Velho quando eu conseguia patrocínio eu ia, mas quando não dava certo eu ficava - relata.


Após a participação no Brasileiro, Rayssa retornou à Rondônia. Ela está em Colorado do Oeste, onde realiza simultaneamente a faculdade de medicina veterinária. Mas ela quer mais, ela acredita nas possibilidades e sonha alto.

O atletismo é meu refúgio também. Quando eu tô treinando eu esqueço tudo. Ali é meu momento de paz, de renovação… pra enfrentar tudo de novo. Minha meta é me tornar uma das melhores e representar a seleção brasileira em 2023 e nos próximos anos
— Cláudia Rayssa


– Eu espero poder chegar onde chegaram. Parece impossível mas se não acreditar pelo menos 1% em mim quem vai né? Vou treinar forte a minha base pra realizar essa outra etapa desse sonho, que não é só meu mas dos meus amigos atletas também. Só que pra eu ter minha base boa preciso ir atrás de clubes que treinam específico para minha modalidade. Para que eu melhore cada vez mais e consiga alcançar meus objetivos – finaliza.