Grupo de refugiados venezuelanos e cubanos chegam em Porto Velho

 

Um grupo com cerca de 20 refugiados chegou a Porto Velho na última quarta-feira (18) em busca de ajuda. Com a chegada diária de imigrantes ao estado, uma instituição da Igreja Católica afirma não ter mais condições de atuar no acolhimento.


O grupo veio de Manaus, cidade que está na rota tradicional dos venezuelanos que fogem do país em crise. Entre os refugiados também há cubanos. Ambos tinham interesse de chegar por terra até Cuiabá (MT). As malas com roupas foram as únicas coisas que o grupo conseguiu trazer ao Brasil.


Sem recursos para seguir viagem, eles procuraram a Cáritas, uma instituição ligada à Igreja Católica e que oferece acolhimento a famílias de imigrantes. No entanto, o grupo que chegou a capital descobriu que a instituição já não tem mais condições de receber outras pessoas.


"Ficamos angustiados por não podermos acolher essas pessoas, porque não temos abrigo para oferecer. Na verdade, uma das propostas é sensibilizarmos a população a acolher essas famílias que não podem ficar nas ruas. Além desse grupo, existem outros que vivem nas ruas", afirma a voluntária.


Ao todo são 107 imigrantes atendidos e distribuídos em 17 abrigos espalhados pelo estado, segundo a Cáritas.


Caridad Delgado é cubana e veio com a família a Porto Velho. Ela saiu do país caribenho há dois anos e estava em Roraima à procura de oportunidade de trabalho.


"Dependemos do que as pessoas boas podem fazer por nós. Se é para ficarmos aqui, encontraremos um emprego. Senão, seguiremos para outro estado para melhorar [de vida]. Não temos onde ficar, não temos onde dormir, nem nada", conta a cubana.


Grupo de refugiados chegou a Porto Velho em meio a incerteza de ajuda. — Foto: Reprodução/Rede Amazônica


No grupo também está Mayerlin Perira, uma venezuelana que veio com a família. Ela diz estar disposta a trabalhar em qualquer área.


"Estou precisando de ajuda, pois estamos mal economicamente. Saí do meu país porque não tenho recurso. Chegamos por carona e necessitamos de moradia, alimento e uma ajuda para uma passagem até Cuiabá", desabafa a venezuelana.

Sem condições de atender as famílias com abrigos, os articuladores da Cáritas fizeram cadastros para manter contato.


Segundo a Secretaria Estadual de Assistência Social (Seas), são 19 pessoas, das quais 14 são venezuelanas e cinco cubanas. Entre eles há também cinco crianças. O grupo busca apoio para seguir a outros estados do Brasil, onde acreditam que a oferta de emprego é maior.


A Seas afirma que recebeu os imigrantes e forneceu abrigo em um ginásio público da capital. Já a Prefeitura de Porto Velho ficará responsável pelo fornecimento de água e comida.


Fonte: g1