Operação da PF em Rondônia investiga fraudes de mais de R$ 2,5 milhões em sistema do Ibama




A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (28), a Operação Paper Wood, com o objetivo de desarticular organização criminosa dedicada a fraudar o Sistema Oficial de Controle de Produtos Florestais (Sisdof) para permitir a comercialização de madeira ilegal com aparência de lícita.

A justiça deferiu cinco pedidos de mandados de busca e apreensão, além do sequestro e bloqueio de mais de R$ 2,5 milhões.


Durante a operação foram cumpridos mandados em madeireira, localizada em Porto Velho e em residência de pessoas físicas, responsáveis por operacionalizar esquema de geração fictícia de créditos de produto florestal no Sisdof. Houve buscas ainda em Ariquemes.


A operação contou com a participação de 20 policiais federais e também com agentes do Ibama, que realizaram fiscalizações administrativas no pátio da empresa investigada, para verificar a compatibilidade do saldo de madeira constante do pátio com o respectivo registro no Sisdof.


A investigação se iniciou a partir de Informação Técnica do Ibama, após ser constatado que empresas do ramo de madeiras de “fachadas” estavam operacionalizando o Sisdof e gerando créditos de produto florestal para “calçar” madeira ilegal.


As diligências investigativas levaram à conclusão de que as diversas madeireiras que transacionavam no Sisdof não existiam fisicamente. Além disso, a Polícia descobriu que essas empresas eram constituídas em nome de “laranjas” para evitar a identificação dos criminosos.


A Polícia Federal conseguiu identificar o líder da organização criminosa e principal idealizador do audacioso esquema de fraude ao Sisdof. Esse esquema permitiu a comercialização no mercado nacional e internacional de diversas essências de madeiras extraídas ilegalmente de áreas protegidas.


Foi determinado também o sequestro e bloqueio de bens dos investigados até o montante de R$ R$ 2.586.748,56, valor estimado por peritos federais como representativo do dano causado.


Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais, falsidade ideológica, receptação e transporte ilegal de produto florestal, cujas penas máximas somadas chegam a 28 anos.