Mulher que teve bebê no Hospital Regional de Vilhena denuncia mal atendimento e insetos na comida



Irmã da gestante reforçou acusações contra a unidade de saúde

Uma mulher de 40 anos, que no último dia 16 (uma semana atrás), deu à luz uma menina, denuncia as condições que ela classificou como “precárias” do Hospital Regional de Vilhena. De acordo com a irmã da mulher, que a acompanhou durante sua estadia no hospital, no dia seguinte à cirurgia cesariana que trouxe sua sobrinha ao mundo, a irmã já recebeu alta, mas a menina não, pois teria apresentado um quadro de infecção no sangue. Assim, a mãe permaneceu no hospital.

Segundo a irmã, mesmo tomando os antibióticos receitados no momento da alta, as dores não diminuíram e a cirurgia, que abriu em alguns pontos, expelia secreções. A irmã contou que um médico que examinou a paciente recém-operada disse que a secreção era resultado de uma infecção de colo do útero que a paciente já tinha e concluiu: “esse é o risco da cesárea”, e avisou: “quanto mais tempo ficar aqui dentro, pior”.

As irmãs contestam a informação e afirma que diversas outras mães passaram pela mesma situação. “Todas as mães que estão lá passaram pela mesma coisa. Todos os bebês é o mesmo problema. Então, o problema está na sala do parto, a infecção está na sala do parto. Inclusive, tem criança pegando infecção no umbigo”, aponta.

Os dias se passaram e a paciente não apresentou melhora em relação às dores, tampouco diminuiu a secreção. Pra piorar, como ela estava de alta, não tinha acompanhamento médico. E precisou que a irmã interviesse junto a direção do hospital para que a mamãe recente recebesse cuidados.

A irmã da mulher operada contou um episódio que ela entende como exemplo do descaso, que é direcionado aos pacientes. O médico que estava atendendo a sua irmã quis saber quais medicamentos ela estava tomando e, mesmo após ela dizer o nome do remédio, ele insistiu para que ela fosse ao quarto para pegar o medicamento. Quando ela retornou com os remédios, o médico, segundo ela, simplesmente virou as costas e saiu.

Outro médico veio dar prosseguimento ao atendimento e quando ela questionou sobre o primeiro médico ter abandonado o atendimento, ouviu uma resposta grosseira do segundo preofissional. “Quando perguntei pelo outro médico, ouvi do que deu continuidade ao atendimento que médico por médico todos eram médicos, que ele havia estudado para aquilo”, lembrou a irmã, que ponderou que depois ele pediu desculpas, afirmando que estava sobrecarregado de trabalho.

Depois de muita insistência, a mulher recebeu um medicamento intravenoso contra a dor. Mesmo diante de tantas dificuldades, as irmãs fazem questão de evidenciar que houve um médico que foi solícito, prestou um atendimento humano e fez o acompanhamento adequado.

Sem precisar em números, a mulher que foi submetida e à cesariana denunciou o que ela entende como excesso de pessoas dentro do centro cirúrgico. “Eram muitas pessoas”, disse. O mesmo se aplica a Ala Obstétrica, com a presença de muitos homens, o que causa desconforto e constrangimento às pacientes. “O que parece é que não tem um controle de quem entra no hospital”.

As irmãs apontam falta de profissionais e afirmam que os atendimentos são feitos basicamente por médicos residentes e estudantes de enfermagem.

Os problemas apontados pelas irmãs atingem também a alimentação oferecida aos pacientes e acompanhantes. Além de atrasos nos horários das refeições que, em alguns dias, segundo elas, foram servidas próximo das 13 horas, elas encontraram em uma das marmitas entregues a elas, uma mosca, como pode ser visto na foto. “Tinha uma varejeira dentro da comida que nos serviram”, afirmou a mulher que enviou a foto.

Nesta sexta-feira, para que o bebê pudesse receber alta, a família pagou o exame em uma clínica particular. “Nós resolvemos fazer no particular porque lá dentro do neonatal passou a informação de que não tinha enfermeiro para colher o sangue do bebê”, explicou.

Mãe e filha já estão em casa, mas as secreções na cirurgia da mãe continuam, segundo a irmã.