Aos 82 anos, primeiro taxista de Vilhena continua em atividade: “não rende muito, mas complementa aposentadoria”



Bem-humorado e ativo aos 82 anos, o primeiro taxista de Vilhena continua em atividade: Gonçalo Pereira de Castro é uma das figuras mais conhecidas na maior cidade do Cone Sul de Rondônia, onde chegou no distante ano de 1968.

Cearense de Tamboril, que estava morando no Rio de Janeiro desde 1959, Gonçalo resolveu, naquela época, tentar a sorte na pequena vila com casas de madeira às margens da estrada de terra que viria a se transformar na BR 364.

Aqui, o pioneiro trabalhou em garimpo, transportou madeira e criou gado, antes de aproveitar a oportunidade para usar o velho Fusquinha verde no transporte de passageiros, principalmente pões que chegavam para trabalhar nas fazendas que começavam a ser abertas na região.

Gonçalo é o único taxista em um ponto que fica na região central da cidade. O outro colega que dividia o local para fazer corridas teve um problema de vista e abandonou a atividade.

“Não viajo para outras cidades, ando apenas aqui dentro de Vilhena”, avisa o velho taxista, que desde 1974, quando começou no ramo, viu pelo menos 07 colegas serem assassinados enquanto trabalhavam. “Já puxaram revólver para mim, mas graças a Deus nunca me aconteceu nada”, conta.

O horário de expediente do veterano motorista começa às 6:00h em ponto e vai até as 17:30h, quando segue para casa. “Não rende muito, mas ajuda a complementar a minha aposentadoria”, explica Gonçalo.

Sobre a concorrência com os carros de aplicativo, o pioneiro resume: “concorrência desleal que acabou com a gente”, diz, emendando que já transportou passageiro e fez as contas para ele, mostrando que em muitos casos, o novo serviço sai mais caro.

Sobre os cuidados para evitar contrair a Covid-19 enquanto transporta passageiros, um risco mortal para pessoas em sua faixa etária, o motorista avisa: "liberaram as máscaras, mas eu continuo usando para me proteger".


Fonte: Folha do Sul
Autor: Da redação