Pacientes denunciam falta de cirurgias e péssimo estado de banheiros no HB




Pacientes internados nas enfermarias do Hospital de Base Ary Pinheiro (HB) em Porto Velho, um dos maiores do estado, procuraram o Rondoniaovivo para denunciar a falta de cirurgias ortopédicas na unidade de saúde.


Segundo eles, muitos passam dias ou até meses esperando por um procedimento.


“Estou com fratura desde o dia 15 de agosto. Dia 16 fui internado no João Paulo. Na segunda (30) à noite, fui transferido pra cá. Terça é dia de cirurgia de mão, mas já não fizeram. Aí me disseram que se tudo der certo, vai ser feita na próxima terça (07), pois só é feita uma vez por semana. O médico é pago para estar aqui dentro todos os dias, mas a cirurgia só ocorre às terças”, disse um paciente que pediu para não ter a identidade revelada com medo de represálias.


Banheiro repleto de mofo em uma das enfermarias do HB

Este mesmo paciente que vamos chamar de Fabiano, falou que já vai para quase um mês aguardando a cirurgia e que não há profissionais suficientes para atendê-los com agilidade.


“Vou para 21 dias internado com uma fratura na mão e no pulso. Primeiro alegaram que não tinha material. Depois disseram que não tinha médico, e por último, que não tem UTI. Soube há pouco que na Ortopedia não tem médico, só residente. Quem faz as visitas são os clínicos gerais e os ortopedistas nem ficam aqui. Pra completar, não somos bem atendidos. Os funcionários acham que estamos aqui por vontade própria”, desabafou ele.


Imundície


Outros pacientes também falaram das condições dos banheiros das enfermarias. “As condições que estamos aqui são desumanas. O banheiro em péssimo estado de conservação, cheio de mofo. Se a gente quiser escovar os dentes ou fazer a barba, tem que ser na frente de todo mundo”, afirmou um segundo internado no hospital.



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Ainda há a falta bom senso de alguns que fumam até dentro das alas em que estão outros pacientes. “Tenho asma e rinite alérgica. Quando eu estava no João Paulo, a enfermaria era excelente e não espirrei nenhum dia. Chegando aqui, tem gente que fuma dentro do quarto ou fora da enfermaria, mas a fumaça entra pela janela. É um horror! Fico espirrando e tossindo sem parar”, falou uma outra pessoa internada no HB.


Outro lado


Por meio da assessoria de comunicação, o Hospital de Base informou que tem em seu quadro médicos ortopedistas, que fazem a triagem para inclusão dos pacientes no mapa cirúrgico.

Em relação ao questionamento da visita de médicos clínicos na enfermaria ortopédica “Temos a dizer que esses profissionais são responsáveis pela avaliação clínica dos pacientes. Em relação aos residentes, explicamos que faz parte do processo de ensino da nossa unidade, onde os mesmos são instruídos por médicos titulares”.

Sobre o tempo de internação e de espera por procedimentos cirúrgicos a nota explica: quando o paciente é admitido dentro do HBAP, passa por um processo de diagnóstico clínico, o que gera um prazo de internação. Os dias de cirurgias por especialidades depende da escala médica e oferta de salas dentro no Centro Cirúrgico.



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O HB também aponta que já foi “realizado um levantamento, para reforma da unidade, onde aguardamos por orçamento. Questões pontuais (troca de torneira, chuveiro, sanitário) são resolvidas internamente pelo serviço de manutenção. E em relação a fumantes, orientamos que a prática não seja realizada na unidade”.


Por fim, o hospital tem um canal na ouvidoria que pode ser utilizado para reclamações, críticas e sugestões por todos os cidadãos, por meio do link.



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