Autoridades médicas discordam de liberação de bares e restaurantes em Rondônia



A liberação de atividades presenciais nos comércios, bares e restaurantes, através de uma nova edição do Decreto Estadual na cidade de Porto Velho, que ainda sofre com a falta de leitos clínicos e de UTI foi alvo de criticas do presidente do Conselho Regional de Medicina – CREMERO, Robson Machado.

De acordo com o médico, o ponto mais crucial desse Decreto é a liberação de bares e restaurantes com o consumo de bebidas alcoólicas e música ao vivo. Para Robson Machado, essa medida vai gerar naturalmente aglomeração.


“Aglomeração é sinônimo de proliferação do vírus, e isso também é preocupante, ainda não chegamos no momento em que estamos com a pandemia controlada, ainda faltam de leitos de UTI, temos um volume grande de paciente nas UPAS e nas unidades básicas de Saúde”, afirmou Robson Machado.


Ainda para o presidente do CREMERO, as outras medidas do Decreto que garantem a liberação de 30% dos comércios na fase 1 e de 50% na fase 2, além do fechamento de balneários, ajudam na contenção da proliferação do vírus.


Sindicato discorda

Já para a presidente do Sindicato dos Médicos de Rondônia, Flávia Lenzi, essa abertura gradual do comércio evitará mais danos aos comerciantes, que vem sofrendo a mais de um ano com os impactos da pandemia.

De acordo com Flávia Lenzi, é mais provável que essas pessoas morram pelo stress provocado pela falta de dinheiro do que do próprio vírus.

“Quanto mais longos os tempos de abertura do comércio, menores serão as aglomerações lá dentro. Quando não abrimos nos finais de semana, chega sexta de tarde e todo mundo quer comprar. Se abrir aos sábados e até mesmo aos domingos, menor será o risco. Além disso, com o comércio aberto mais empregos estarão garantidos e mais pais de família poderão voltar a ganhar seus sustentos”, afirmou Flávia Lenzi.

Governador alega crise financeira
Durante coletiva de imprensa que anunciou as novas medidas do Decreto Estadual, o governador Marcos Rocha afirmou que a liberação de bares e restaurantes até às 23h foi necessária para evitar mais quebradeira no setor.

Segundo o governador esses comerciantes vêm sofrendo desde o início da pandemia e já não aguentam mais permanecerem fechados.

Falta de leitos

O fato é que essa liberação contrária a própria matemática do Decreto, que em tese enquadra os municípios de acordo com a disponibilidade de leitos de UTI, que atualmente é zero em todo o Estado.

Porém, de acordo com o Governo, a fila que já foi de mais de 100 pessoas, atualmente segue com oito pacientes no aguardo.




Fonte: Rondoniaovivo