Aumento dos casos de covid-19 faz preço do oxigênio medicinal disparar na capital



A pandemia da Covid-19, se já não bastassem todos os sofrimentos que ela vem trazendo mundo afora, expôs outro drama: a necessidade de oxigênio medicinal. A falta desse produto, tão importante para a recuperação dos que são acometidos pela doença, fez o Brasil ser notícia mundial com o colapso no sistema de saúde de Manaus, no Amazonas, onde pessoas morreram sem ter acesso a ele, ou seja, sufocadas. Uma tragédia!


O aumento nos casos da doença, com a nova cepa do vírus, fez o oxigênio medicinal virar produto com grande procura no mercado. Em Porto Velho, famílias que tem membros se tratando da covid-19 em casa, estão preocupadas com os preços e que o ocorrido na capital do Amazonas também aconteça aqui.


Uma dessas pessoas é o produtor de moda, Flaw Naje, que além dele, a mãe, o pai e mais dois irmãos foram infectados pela covid-19. Ele contou que está se recuperando, apesar de ainda sentir as sequelas da doença. Situação semelhante ocorre com o pai e os irmãos.

A mãe dele, Maria das Graças Alecrim Naje, 70 anos, por ter comorbidades e pela idade, ainda está sofrendo com a doenças e se encontra internada. Antes, ela estava se tratando em casa, onde necessitou de oxigênio medicinal.

Tá caro

Flaw disse que os gastos para a aquisição desse produto são altos. “No caso dela, tínhamos que fazer a aplicação de 3 em 3 horas. Era necessário recarregar a cada dois dias um cilindro de oxigênio contendo 10 m³, onde a recarga custa cerca de R$ 100,00. Isso é muito caro”, declarou.

A reportagem procurou empresas que trabalham com a comercialização de cilindro de oxigênio em Porto Velho. Nelas, foi informado que atualmente uma recarga de cilindro de 50 litros está em torno de R$ 200,00; já a recarga dos cilindros de 20 litros custa R$ 140,00. Antes da pandemia era possível adquirir os mesmos 50 litros por um valor aproximado de R$ 50,00.


Em Porto Velho três empresas comercializam o oxigênio medicinal: White Martins, Oxiporto e Oxigênio da Amazônia.

Apoio do Governo

Flaw defende que o Governo do Estado e as empresas se unam para que haja uma redução no valor cobrado do oxigênio medicinal em Rondônia. Para ele, o aumento nos casos de covid-19 entre a população rondoniense e a superlotação nos hospitais, justificam que algo seja feito, pois, muitas famílias não tem condições financeiras de arcar com esses valores.

“Precisamos de ações que viabilizem como prioridade a aquisição de oxigênio para idosos ou quem precisa urgentemente, pois nem todos podem comprar. É necessária, ter uma parceria com os órgãos do Governo, e que favoreça o recarrego do cilindro sem precisar trocar o cilindro, o que diminuiria o custo, facilitando a aquisição”, finalizou Flaw.


Importância do oxigênio medicinal


A infecção do sistema respiratório humano é uma das características do coronavírus, fazendo com que seja necessário o uso do oxigênio hospitalar. Se com plena saúde, 21% do oxigênio existente no ar, mantem o corpo funcionando normalmente.

Quando estamos doentes, os pulmões exigem muito mais, para satisfazer essa necessidade é que precisamos do oxigênio puro adquirido através de processo industrial. Nele, o ar é captado da atmosfera, filtrado, comprimido e resfriado. Em seguida, ele é purificado com a retirada os agentes contaminantes. Por fim, ele é colocado em uma torre de destilação, onde são separados os gases nitrogênio, argônio e o oxigênio.


O oxigênio resfriado ganha forma líquida ou gasosa, sendo colocado em tanques que serão depois transportados em cilindros ou em caminhões especiais porque o risco de combustão, de fogo ou explosão são altos.


Rondoniaovivo