Vereadores aprovam auxílio para servidores da “linha de frente da Covid”, mas discussão sobre leitos de UTI é adiada



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 Câmara Municipal de Vilhena realizou, nesta terça-feira, 30, uma sessão extraordinária para apreciação de dois projetos enviados pelo Poder Executivo. Em meio a duras críticas tecidas ao secretário municipal de Saúde, Afonso Emerick, pelos vereadores Samir Ali e Carlos Suchi, ambos do Podemos, e Leninha do Povo (PSC), a Casa aprovou o Projeto de Lei nº 5.896/2020 que permite ao Palácio dos Parecis contratar temporariamente profissionais da saúde para o combate a pandemia do novo Coronavírus.

De acordo com o projeto, que agora vai para sanção do prefeito Eduardo Japonês (PV), devem ser contratados pelo período de seis meses dez médicos intensivistas, dez clínicos gerais, dez fisioterapeutas, dez enfermeiros, e 40 técnicos de enfermagem.

Esta parte do projeto foi bem aceita pelos vereadores e não houve resistência. A discordância aflorou porque o Poder Executivo incluiu no mesmo projeto a questão do pagamento do “Auxilio Temporário de Emergência em Saúde Pública”, destinado para servidores que atuam na linha de frente do enfrentamento ao Coronavírus.

No entanto, o auxílio não atinge todos os servidores e se restringe basicamente aos profissionais que atuam na Central de Enfretamento da Covid-19. Isso levantou críticas de alguns vereadores, que entendem que essas gratificações deveriam se estender a um número maior de profissionais.

Primeiro a usar a palavra, o vereador Carlos Suchi afirmou que os profissionais contemplados pela lei são merecedores, mas argumentou que os outros servidores que também estão atuando na linha de frente do combate ao vírus, mereceriam receber a gratificação. “Para a nossa surpresa, o projeto enviado pelo prefeito beneficia alguns e deixa outros de fora. As Agentes Comunitárias de Saúde e o pessoal dos postinhos também estão atuando no enfrentamento ao vírus”, argumentou.

Suchi criticou o secretário municipal de Saúde, Afonso Emerick, e o comparou a alguém que sabe montar o motor de uma moto, mas que não sabe pilotar. Suchi, que tem defendido a saída de Emirick do cargo, afirmou ter certeza de que se uma pessoa com uma visão mais ampla da Saúde ocupasse a cadeira do Palácio dos Parecis, o secretário não já teria deixado a Pasta.

Samir Ali criticou a forma como o projeto veio para a Câmara. “Não nos permitiu nem a possibilidade de pedir vistas para que pudéssemos ampliar o debate e levar esse benefício das gratificações para mais pessoas”, disse antes, de continuar: “A Central de Covid está sendo beneficiada, e eles são merecedores disso, não tenho dúvida. Mas, as Unidades Básicas de Saúde também estão prestando atendimento às pessoas que estão com sintomas, então eles também são linha de frente, os ACS’s também são linha de frente. Todos que trabalham na saúde desde, o motorista da van, desde a menina que faz limpeza no hospital, que faz limpeza na Central da Covid-19, são linhas de frente, e merecem”, concluiu.

Ali ainda criticou o que ele chamou de falta de diálogo da administração Eduardo Japonês. “Mas, a capacidade dessa administração em não dialogar é o que assusta. A capacidade deles de não chamar o sindicato para bater um papo, apresentar o projeto. A capacidade deles de não conversar com o Conselho da Saúde. A capacidade deles de não conversarem com a Câmara de Vereadores, e enviar um projeto que é a junção de três projetos para que a gente vote em uma sessão extra, e é bom ressaltar que esta Câmara tem se esforçado ao máximo para que o prefeito possa realizar um bom trabalho. Mas, eu acho que falta diálogo, não apenas na saúde, mas também em outras secretarias”, pontuou.

Já o outro projeto que seria apreciado hoje, que trata de uma alteração da Lei 5.285/2020 sobre as medidas de enfretamento da Covid-19, que deixaria de levar em consideração o total de leitos para pacientes com Covid-19 e passaria a considerar apenas os leitos de UTI para a tomada de decisões para o enfrentamento do vírus, não recebeu o parecer vereador Samir Ali, que é secretário da Comissão de Educação, Cultura, Turismo, Esporte, Saúde e Assistência Social – CECTESAS, e foi retirado da pauta.

Ali justificou que se faz necessário o coleta de informações que subsidiem uma decisão, como por exemplo o número exato de leitos de UTI destinados á pacientes acometidos pela Covid-19. E a discussão sobre a matéria ficou para a semana que vem. O FOLHA DO SUL ON LINE já explicou a diferença entre o que diz a lei em vigor e o que efetivamente é praticado em todo país.






Fonte: Folha do Sul
Autor: Rogério Perucci