Sindicato denuncia: prefeitura estaria fazendo desconto ilegal nos salários de servidores, em Vilhena



O desconto, de agora 14% sobre a alíquota previdenciária no contracheque dos servidores municipais de Vilhena, gerou algumas discussões, desde que a prefeitura passou a deduzir dos salários a porcentagem sem que a lei municipal tivesse ao menos entrado na pauta da Câmara de Vereadores.


O aumento no desconto é uma norma federal, Emenda Constitucional 103/2019 do mês de novembro do ano passado, que veio junto com a Reforma da Previdência. Os descontos, que eram de 11% para quem recebe menos de R$ 6 mil, passariam a ser de 14%. Vale lembrar que servidores que recebem valores acima de R$ 6 mil reais já têm, em seus contracheques, o desconto na casa dos 14%, em referência ao que ultrapassa o teto de 6 mil. Ou seja, se o servidor recebe 8 mil, ele tinha descontados 11% nos R$ 6 mil e 14%, no R$ 2 mil.


Por se tratando de uma Emenda Federal, os municípios deveriam se adequar a ela dentro de seis meses, criar um Projeto de Lei, enviar à Câmara de Vereadores para que fosse votado e só então passar a valer legalmente o desconto em folha, sob pena de bloqueio do CRP (Certificado de Regularidade Previdenciária) e a Prefeitura ficar sem receber os recursos do Governo Federal.


Em Vilhena, foi diferente: o desconto que veio já reajustado no pagamento dos servidores no mês de março e continuou em abril, não estava amparado por lei votada no Parlamento. Sendo assim, a prefeitura de Vilhena não estava autorizada legalmente a realizar o desconto.


O Projeto até foi para a Câmara, porém, entrou na pauta dos vereadores somente no dia 17 de abril, apenas para leitura (foto). Depois disso, a alteração do Artigo que reestrutura a alíquota de contribuição previdenciária não teve seguimento. Duas outras sessões já foram realizadas pela Casa de Leis vilhenense. De acordo com a assessoria da Câmara, o Projeto de Lei nº5.860/2020 foi apenas lido, e neste momento encontra-se nas mãos do setor jurídico.


SINDSUL
A Diretoria do Sindsul reitera que essa é uma Lei Federal que pegou carona na Reforma da previdência. À época das discussões e tentativas de barrar a aprovação, o sindicato convocou ao menos duas Assembleias, fez passeata nas ruas da cidade e chegou a convocar um palestrante, que ministrou na sede do Sindsul, sobre as possíveis perdas para os servidores.


O pr
esidente do Sindsul se manifestou sobre o assunto: "é uma Lei Federal que teremos que cumprir, nossa aversão a isso tudo é que a prefeitura não tinha autorização para tal ação. Descontaram dos servidores sem a aprovação da Lei no município. Isso com certeza não foi de boa fé”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais do Cone Sul de Rondônia, Wanderley Ricardo Campos.


Folha do Sul Online