Corpo irreconhecível leva Justiça de Ji-Paraná a absolver acusados de trama diabólica



Joaquim Alves dos Reis e Alexander Luiz dos Santos foram absolvidos do crime de ocultação do cadáver do jovem Samuel Tavares Coelho, 23 anos, pelo Juízo da 1ª Vara criminal de Ji-Paraná.


Segundo o Juízo, não há como responsabilizar os acusados pela ocultação de um cadáver que provavelmente não era de Samuel Tavares Coelho, pois o exame demonstrou que o corpo encontrado seria de outra pessoa.


De acordo com a sentença absolutória, Samuel possuía menos de 25 anos e o corpo encontrado, segundo a perícia tinha entre 30 e 50 anos, além do quê o estado em que foi encontrado impossibilitou de se afirmar se era de raça branca ou negra.


Como Samuel era filho adotado, e ninguém sabia quem seria sua família biológica, o exame de DNA restou negativo com as amostras do pai adotivo, Jesus Sabino Coelho, que também foi assassinado.


Joaquim era sobrinho do aposentado e sabia da indenização. Foi o autor intelectual do crime e quem contratou um advogado, também citado como participante da trama, para que ajudasse no simulacro diabólico, e ´falso-filho´ Alexander Luiz dos Santos.


Entenda o caso

O corpo de Samuel foi encontrado em janeiro de 2016 boiando no rio Machado, a aproximadamente 30 quilômetros onde também foi encontrado o de seu pai adotivo, Jesus Sabino, no mês anterior.


Segundo a Polícia, Samuel era viciado em drogas e estava desaparecido há vários anos e era único herdeiro de seu Jesus Sabino, que estava a procura-lo para deixa-lo como beneficiário de uma herança de R$ 209 mil.


Conhecedores da história, quatro acusados arquitetaram um plano diabólico para meter a mão na grana: Alexandre Luiz dos Santos que se passou por Samuel Tavares para receber a herança, através de uma fraude documental (uso de documentos falsos).


Alexandre foi condenado a mais de 18 anos de prisão pelo envolvimento na morte de seu Jesus Sabino a fim de receber mais rápido a herança. O suposto ´Samuel´ foi morto um mês depois para que não restasse ninguém que pudesse atrapalhar os planos dos acusados.


O crime só passou a ser desvendado por familiares que notaram o desaparecimento repentino do aposentado, comunicando o fato á Polícia Civil.


Com a morte dos dois, o caminho estava aberto para a quadrilha ´aplicar´o golpe, mas a Polícia desvendou o crime, mas não contava com a questão do corpo encontrado não ser de Samuel.


No dia da elucidação dos crimes, a Polícia apresentou Samuel à imprensa.



Por O Observador