Acusados de chacina em Ji-Paraná vão enfrentar o júri popular



O Juízo da 1ª Vara Criminal de Ji-Paraná aceitou a denúncia proposta pelo Ministério Público e vai levar a julgamento quatro pessoas acusadas de uma chacina de três rivais ocorrida durante uma briga de facções rivais, ocorrida em agosto do ano passado, em frente a uma casa de shows no bairro JK.


Foram denunciados por homicídio qualificado Fernando Ferreira da Silva vulgo ´Sinistro´, Ray de Souza Silva, Gustavo Pereira Cabral, vulgo ´Abutre´ e Tiago do Carmo Santos. Fernando, Ray e Gustavo estão presos e Tiago está foragido e com prisão preventiva decretada e assim devem permanecer até o julgamento, ainda sem data marcada.


Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, os acusados pertencem à facção PCC e teriam executado as vítimas que pertenceriam a outra facção rival, o Comando Vermelho. O crime foi todo premeditado, dias antes, em Cacoal, de onde os acusados seguiram para ´acabar´ com Eliana em plena festa de aniversário da vítima.


No atentado foram mortos a aniversariante Eliana, Ferreira Campos, Paloma de Oliveira Guimarães Júlio e Edmundo Cristiano Ferreira de Matos. O crime aconteceu no dia 11 de agosto de 2018, por volta das 23h, em frente a Casa de Shows Romanos, localizada na rua K-05 com a T-28, bairro Nossa Senhora de Fátima.

De acordo com a denúncia tudo aconteceu muito rápido e o ataque foi ordenado pelos chefões da facção, até agora não identificados. Fernando e Ray desceram do carro já armados, enquanto os outros dois aguardavam dentro do carro. Os tiros foram disparados a curta distância impedindo qualquer chance de defesa das vítimas.


Paloma e Edmundo estavam próximos a Eliana, que foi a primeira a morrer, e tentaram fugir do local, mas foram perseguidas e executadas. Outras duas vítimas escaparam de serem mortas e saíram feridas. Após o crime, Ray e Sinistro roubaram uma motocicleta e fugiram no local, enquanto dezenas de convidados gritavam desesperados por socorro.


Os dois foram presos meia hora depois na cidade de Presidente Médici, com a motocicleta roubada, sendo reconhecidos pela vítima que era dona do veículo.


Ao falar sobre a decisão de levar os acusados a julgamento popular, a juíza Márcia Adriana Freitas disse que o grupo agiu livre e de espontânea vontade, com intenção de se associar para praticar o crime como integrantes do PCC, fazendo uma rápida narrativa sobre a facção no País e a forma como os quatro jovens foram recrutados para a empreitada.


“Conhecida em todo território brasileiro por praticar múltiplas infrações penais, como tráfico de drogas, homicídios, crimes patrimoniais, tráfico de armas, dentre outros. É de conhecimento público que o PCC perfaz extenso grupo criminoso, estruturalmente ordenado e caracterizado pela divisão de tarefas, ainda que de forma sub-reptícia, com ramificações diversas, cujos membros são escalados para exercer variadas atividades criminosas na organização ilícita, a exemplo dos 04 denunciados que atenderam à ordem para realizar um “salve”, ou seja, efetuar ataques contra integrantes ou supostos integrantes do Comando Vermelho, sendo
justamente esse o propósito dos homicídios narrados nesta denúncia”.


“(…) Os acusados receberam a notícia de que a vítima Eliana compunha o “Comando Vermelho”, e que a festa de aniversário que se realizaria na ocasião tinha como foco integrantes ou supostos integrantes do CV. Também é do conhecimento comum que o PCC se constitui em organização criminosa armada, que emprega em suas ações ilícitas armas de fogo de naturezas diversas, a exemplo das ações delitivas ora denunciadas, todas executadas com o emprego de duas armas de fogo, tipo revólver, apreendidas (…).”

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xto: OBSERVADOR/FOTOS – RONDONIATUAL