ASSOCIAÇÃO LANÇA CAMPANHA PARA QUE ALUNOS VOLTEM PARA A SALA DE AULA NA ZONA RURAL




A Associação Curumim Guarani, sediada no bairro Nacional, em Porto Velho, está sensibilizada com a situação de mais de 2.200 crianças que residem na Zona Rural e Baixo Madeira e estão sem frequentar a escola há mais de um ano. Os professores que ministram aulas de Jiu Jitsu se juntaram e mandaram confeccionar camisetas para a campanha em manifesto a esse crime, previsto na lei 13.005/2014, do Plano Nacional de Educação (Lei de Diretrizes e bases da Educação – LBD) que diz que o Estado tem o dever de educar oferecendo ensino público e que, para isso, deve manter recursos para que o aluno tenha acesso ao ensino.


A Associação Curumim é uma instituição que atende estudantes em situação de vulnerabilidade social, e recruta crianças e jovens com pré disposição para a prática de esportes. Desde a sua criação, há cerca de 6 anos atrás, já passaram pela academia de artes maciais e lutas esportivas, mais de 800 alunos. Uma das exigências para frequentar gratuitamente as aulas é ter bom aproveitamento na escola. “Nós recebemos aqui na academia muitas famílias com crianças que precisam de atenção e neste ambiente, nós ensinamos não só a arte técnica da luta esportiva, mas também a cidadania, o respeito e a disciplina. São valores que essas crianças e jovens carregam para a vida inteira”, conta Henrique Holanda, que é um dos voluntários, mestre de Jiu Jitsu.


José Torres, um dos coordenadores da academia, nos contou que essa campanha foi motivada pelo fato de que há crianças da academia fora da sala de aula por conta da falta de transporte escolar, que é ofertado por lei, pela prefeitura da Capital. “É um crime deixar uma criança sem educação básica. Os responsáveis por essa paralisação deveriam ser punidos, pois é um absurdo o que vem acontecendo e a gente não vê o Ministério Público agir de forma severa, diante de tal gravidade. Já vai para o segundo ano letivo perdido. O que vai ser dessas crianças? A população inteira pode pagar por isso num futuro bem próximo, pois a criança vai crescer sem uma perspectiva de vida, e pode acontecer o pior: entrar no mundo do crime”, desabafa Torres, que também dá aulas de forma voluntária em prol do esporte e da juventude.


Segundo os organizadores desta campanha, o objetivo é sensibilizar a massa que frequenta as redes sociais para que os poderes públicos sintam se pressionados e tomem uma atitude para resolver este imbróglio. Recentemente, o caso ganhou repercussão nacional, sendo reportado nos principais veículos da imprensa brasileira. “É mais uma vergonha nacional que vai para nossa conta. Temos péssima reputação por causa da irresponsabilidade dos gestores públicos e um MP omisso, que não tem força para tomar medidas mais eficazes. Uma lástima”, conclui.



Quem quiser participar da campanha é só adquirir a camiseta que pode ser encontrada lá na academia, na mesma sede da Associação Curumim Guarani, na estrada do Belmont, 2925 – Bairro Nacional ou pelo 99204 9696.




Fonte: Assessoria