Frota de lanchas que atenderá Baixo Madeira é reprovada; Hildon Chaves deve se pronunciar


A crise no transporte escolar em Porto Velho que culminou com o bloqueio da BR-364 pela comunidade da Ponta do Abunã, parece não chegar ao fim. Dessa vez o problema é relacionado às comunidades ribeirinhas, que precisam do serviço de lanchas para levar os estudantes até a unidade escolar.


O fato é que a antiga empresa detentora do serviço, ao findar seu contrato com a municipalidade, retirou todas as embarcações de sua propriedade do rio Madeira, onde é realizado o transporte.


De posse de um novo contrato firmado com a empresa Perfomance, que é originária da cidade de Choró, estado do Ceará, a prefeitura de Porto Velho caminhava para uma solução paliativa a esse problema, uma vez que se trata de contrato emergencial.


Porém, mesmo sendo emergencial, o contrato prevê que as lanchas escolares possuam o mínimo de requisitos de segurança para resguardar a integridade das crianças que nelas serão embarcarão, por isso uma equipe da Secretaria Municipal de Educação – Semed, em conjunto com os departamentos de suporte logístico e transporte escolar, realiza uma vistoria para verificar as condições das lanchas.


O Resultado é assustador, de acordo com o Registro de Inspeção emitido após as vistoria constatou-se que nenhuma das 19 embarcações apresentadas para a vistoria possuem as especificações necessárias para a realização do serviço de transporte escolar fluvial.


Na vistoria são verificados os itens de segurança, como boias, colete salva-vidas, luzes de navegação, par de remos, cilibrins, parte mecânica, sistema elétrico, extintores de incêndio, entre outras questões que fazem parte desse processo como a limpeza das embarcações, assentos em boas condições, além de documentações como o Termo de Responsabilidade emitido pela Marinha do Brasil, título de inscrição da embarcação e o devido cadastramento da embarcação na autoridade Marítima.


Vale ressaltar que essas embarcações não pertencem à empresa cearense, elas são pertencentes à comunidade local, ou seja, não foram preparadas para o transporte de crianças à escola. No relatório, foi afirmado que 13 embarcações não possuem boias, 17 embarcações não possuem caixa de primeiros socorros, 14 lanchas não apresentam equipamento de radiocomunicação, 17 lanchas não possuem buzina, nenhuma das embarcações possui retrovisor central.


Apenas quatro embarcações possuem o Termo de Responsabilidade emitido pela Capitania dos Portos e seis lanchas não possuem o Título de Inscrição. “Após a analise é pertinente esclarecer que, com base nos achados da vistoria pode-se determinar que as embarcações estão fora do projeto básico e as mesmas necessitam de ajustes consideráveis para que de maneira clara possa ter condições de uso...”, afirma trecho do relatório elaborado pela Semed.



A inspeção foi realizada entre os dias 05 e 06 de abril e apresentada ao gestor do contrato, que tem a liberdade de dar continuidade ou não ao serviço, mesmo com o relatório especificando a não condição atual de utilização dessas lanchas.


Os estudantes das escolas ribeirinhas são os que mais vêm sendo impactados com esse problema, em algumas escolas da região o ano letivo de 2018 sequer chegou à metade. O último prazo prometido pela prefeitura para colocar o serviço à disposição da comunidade termina no próximo dia 22, porém ônibus escolares serão encaminhados até a Ponta do Abunã no início da próxima semana.


Esses mesmos ônibus foram denunciados pela vereadora Ada Dantas que os apontou como sucata em vistoria realizada por ela nesta última quinta-feira (11). Logo depois o prefeito Hildon Chaves, foi até a garagem onde os ônibus estavam estacionados e garantiu que eles possuem os critérios de segurança, mesmo sendo uma frota antiga, que já havia sido aposentada das ruas da capital.


De acordo com a vereadora Elis Regina, a situação de precariedade desses ônibus que realizarão o transporte escolar rural será encaminhada à Controladoria Geral da União - CGU e Tribunal de Contas do Estado - TCE/RO.



Enquanto isso os estudantes das áreas rural e ribeirinha permanecem amargando o prejuízo do atraso escolar, uma grave falha da gestão executiva de Porto Velho que pode deixar sequelas permanentes nesses pequenos cidadãos sem direito à educação.










Fonte: Rondoniaovivo