Raupp recebeu R$ 20 milhões de propina das usinas do Madeira, diz PGR


O futuro do ex-senador Valdir Raupp (MDB-RO), no que depender da Procuradoria Geral da República, será atrás das grades antes do fim deste ano. Em parecer de 8 páginas ao Supremo Tribunal Federal, a Procuradora Raquel Dodge pede que o inquérito 4433 que investiga pagamentos de propina ao ex-cacique do MDB seja encaminhado à Justiça Federal do Rio de Janeiro pela perda do foro.



No documento, a procuradora afirma que o ex-senador teria recebido aproximadamente R$ 20 milhões em espécie em troca de apoio político a ex-diretores das empresas Odebrecht e Andrade Gutierrez.
 Além disso, segundo delações feitas por réus da Lava Jato, “houve sistemático pagamento de propina para diversos agentes públicos, além de pagamentos a lideranças indígenas, sindicalistas e outros, como forma de arregimentar apoio para viabilizar a implantação de conjuntos de obras de interesse da ODEBRECHT e da ANDRADE GUTIERREZ no Rio Madeira (hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau)". 



Ainda de acordo com a PGE, “os pagamentos a VALDIR RAUPP ocorreram por meio dos ex-diretores de Fumas, MÁRCIO PORTO (codinome “FLAMENGUISTA”), MÁRIO MÁRCIO HOGAR (codinome “TmcoLoR”) e MÁRCIO DE ALMEIDA ABREU (codinome “VADoso”). 




Foram apresentados documentos que apontam para pagamentos indevidos de aproximadamente R$ 20 milhões de reais”. 

Delatores acusam o ex-senador de ter recebido R$ 20 milhões

O documento diz ainda, “em relação aos fatos envolvendo VALDIR RAUPP, destacam-se os Termos de Depoimento n°3, 6 e 10, de HENRIQUE SERRANO Do PRADO VALLADARES e o Termo de Depoimento n° 2, de AUGUSTO ROQUE DIAS FERNANDES FILHO. Neles, os colaboradores discorreram sobre pagamentos de propinas aos Diretores MÁRCIO PORTO (Diretoria de Construção) e MÁRIO MÁRCIO HOGAR (Diretoria de Engenharia)”. 

Henrique Valladares foi um dos delatores contra o ex-senador

E continua, “no Termo de Depoimento n° 3, HENRIQUE VALLADARES afirmou que o pagamento de propina tinha por objetivo garantir a manutenção do apoio dos políticos que os indicaram e os sustentavam nos cargos que ocupavam na Diretoria de FURNAS, o que foi corroborado no seu Termo de Depoimento de n° 10. No Termo de Depoimento n° 6, VALLADARES discorreu sobre o pagamento de propina. Relatou que “assumiu com os dois [MÁRCIO PORTO e MÁRCIO HOGARI o compromisso de pagar até 20 milhões, conforme a necessidade, para que eles se mantivessem no cargo”.



Fonte: PAINEL POLÍTICO