BATENDO FORTE: Deu certo o transplante de coração do pequeno Rondoniense João Pedro


Demilso Gonzaga, 32 anos, nascido em Jarú e mesmo novo foi obrigado a se aposentar da profissão de vaiqueiro. Como se não bbastasse a dificuldade do dia a a dia, com quatro filhos viveu uma dos maiores dramas de sua vida. Seu filho mais novo João Pedro, de dez meses, foi diagnosticado com uma miocardia dilatada e precisava de um transplante de coração.


A doença impede que o órgão bombeie sangue de forma adequada, fazendo com que a musculatura do coração enfraqueça e se dilate. A família, que estava residindo em Ji-Paraná (RO), mudou-se para São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, para tratar a criança. Internado há 93 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital da Criança e Maternidade, o menino teve o estado de saúde agravado na última semana.



RELEMBRE O CASO


Era tarde do dia 16 de janeiro e toca o telefone da redação do Rondôniaovivo. DO outro lado da linha, uma pai desesperado e aos prantos contava seu drama e pedia ajuda para poder se manter ao lado da esposa em São Paulo, nos dias de dor e de incerteza, cuidando do pequeno João Pedro.


Uma campanha foi realizada e a partir daí, todos da redação acompanharam o drama que sempre era atualizado com áudios recebidos via WhatsApp na madrugada, com o pai de voz cansada dizendo que a situação estava ficando difícil a cada dia que se passava.


OS DIAS DE LUTA



O caso tomou conta de grande parte da mídia e a situação que estava crítica teve um final feliz. Antes da cirurgia, o pai da criança sofria ao lado da esposa. O pequeno João estava fraco, Estava entubado e recebendo altas doses de medicação. Ainda assim seus rins e o intestino começaram a falhar. Um transplante era sua única chance.


O desespero bateu e o pai do menino passou a noite da última terça-feira (19) acordado. Tentando se acomodar no sofá do pequeno imóvel alugado pela família, que o Rondôniaovivo ap paresentar esta saga, pode ajudar com os leitores que fizeram doações, cabia a ele pedir a Deus uma solução. Nas primeiras horas do dia seguinte, Demilso voltava ao hospital, rotina que se repete há quatro meses, quando João Pedro foi diagnosticado.


PEQUENA KARINA




Por eio da cobertura do UOL, conhecemos mais um drama vivido pela pequena Karina. Na sala de espera, Demilson encontrou a dona de casa Karina Cristina da Silva, 17, com quem divide dias de sofrimento. A filha dela, Emanuelly Vitória da Silva Pinheiro, tem 10 meses e a mesma doença de João Pedro. Também veio de outra cidade, São Carlos (SP), após descobrirem o problema, logo nos primeiros meses de vida do bebê.


Ambos esperavam pelo mesmo milagre: um novo coração. Karina recebeu a boa notícia primeiro. Na manhã de quarta-feira, a pequena Emanuelly entrou na sala de cirurgia. O órgão havia sido doado por uma família de Tatuapé, zona leste de São Paulo, e pertencia a uma criança que morreu em decorrência de problemas neurológicos


"Fiquei muito feliz por elas, afinal vivíamos uma rotina muito parecida no hospital. Uma criança estava sendo salva. E ainda brincamos, falei que naquele momento era a filha dela que receberia o coração e logo chegaria a vez do João Pedro", conta Demilso


A CIRURGIA



Aconteceu mais rápido do que ele poderia prever, menos de 12 horas depois daquela conversa. Emanuelly ainda estava no centro cirúrgico quando veio a notícia da doação de mais um coração, vindo de uma criança em Maringá, no Paraná, que era compatível com João Pedro.




 "Foi uma alegria dupla, ver a minha filha e o João Pedro conseguirem as doações. Pudemos comemorar juntos", diz Karina


As equipes médicas, com cerca de 140 pessoas envolvidas, tiveram de correr contra o tempo. Um coração fora do corpo dura apenas quatro horas. A distância era grande: 1.700 km para buscar os órgãos. 



 "É uma gratidão muito grande. Tive a sorte de encontrar pessoas comprometidas e envolvidas", disse o cirurgião responsável pelos transplantes Ulisses Croti, durante entrevista à imprensa.


"É um trabalho de várias equipes. Enquanto uma busca o órgão, outra vai preparando o centro cirúrgico e uma terceira já vai fazendo os primeiros procedimentos para que a hora que o órgão chegue e o paciente já esteja pronto para recebê-lo", explica Alexandra Regina Barufi, cardiologista pediátrica e chefe do setor de transplantes do hospital. Ainda vai levar alguns meses para que ambos deixem o hospital.


As duas crianças se recuperam na UTI. Mais estável, Emanuelly não está sedada e respira sem a ajuda de aparelhos. João Pedro requer um pouco mais de cuidados. Como estava em situação grave antes da cirurgia, ainda está sedado e ligado a aparelhos


Mas o sentimento dos pais agora reflete otimismo.




 "É uma alegria enorme. Não dá nem para descrever. Ainda não consigo acreditar que meu filho vai poder ter uma vida normal", afirma Demilso. Várias emissoras de TV contaram esta história. Confira clicando nos links abaixo.




Fonte: Rondoniaovivo