Os trabalhos terminaram no último domingo (9) após quatro dias de operação. A peça será restaurada e será inclusa no acervo histórico da cidade.
A escavadeira estava em situação de abandono e com risco de desmoronamento. Trazida em fevereiro de 1908 à Madeira Mamoré, a "New Bucyrus", como a escavadeira é conhecida, pesava cerca de 50 toneladas na época. Ela foi usada na construção do canal do Panamá e fez parte das obras da ferrovia até Guajará Mirim (RO).
O processo de deslocamento da peça só foi possibilitado graças a uma ação civil pública interposta pelo ministérios públicos Federal (MPF) e Estadual (MPE). O objetivo foi cobrar a retirada e a proteção da máquina.
Em setembro de 2017, o local em que escavadeira estava foi interditado pela Defesa Civil por conta do risco de desmoronamento. Um prazo chegou a ser estabelecido para que o município fizesse a retirada do maquinário, sob a pena de multa.
A necessidade de um estudo técnico para arquitetar um plano de trabalho acabou tornando mais extenso o processo de remoção da peça. Para as equipes responsáveis pelos trabalhos, as maiores dificuldades destacadas foram as chuvas, a dificuldade para chegar ao local e a impossibilidade do tráfego de viaturas.
O capitão do 5ª Batalhão Pedro Moreira destacou que a escavadeiras com material sobre esteiras possibilitaram os trabalhos de retirada.
"Fora o trabalho de maquinário. A gente teve também o trabalho braçal, tendo em vista que o material estava soterrado. Então precisou retirar os pontos de terra que estavam bastante compactados debaixo do equipamento. E também a vegetação", detalhou.
Escavadeira centenária foi trazida à Madeira Mamoré em fevereiro de 1908. — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
O presidente da Fundação Cultural de Porto Velho (Funcultural), Ocampo Fernandes, disse que a conclusão dos trabalhos de retirada é resultado do empenho de instituições, que possibilitaram a inclusão da peça. Ela será restaurada para ser incluída no acervo histórico da cidade.
"Temos demandas judiciais a partir de 2011 para retirar esse equipamento desse espaço. Já ouve várias gestões que não conseguiram e, graças ao empenho de várias instituições, foi dado esse presente à população. Então, é de grande valia ter esse equipamento à população que vai visitar futuramente esse complexo", finalizou Ocampo.
*Cássia Firmino, estagiária do G1 Rondônia, sob supervisão de Mayara Subtil.