Secretário da Sedam é levado ao presídio provisório de Porto Velho


O secretário de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Hamilton Santiago Pereira, será levado ao presídio provisório de Porto Velho. Ele teve a prisão temporária de cinco dias decretada – podendo ser prorrogada por mais cinco. A detenção faz parte das investigações da operação “Pau Oco”, da Polícia Civil. Hamilton se apresentou ao Ministério Público Estadual de Rondônia (MPE-RO) na tarde desta terça-feira (6) e foi ouvido por cerca de oito horas.

Antes de seguir à unidade prisional, o secretário vai para o Instituto Médico Legal (IML), onde passará por exame de corpo de delito. O adjunto, Osvaldo Luiz Pittaluga, também segue em prisão temporária.

Além deles, outros três servidores do órgão alvo da ação foram detidos. Conforme as investigações, funcionários públicos estariam envolvidos em uma organização que cometia crimes contra a administração ambiental.

Operação Pau Oco: Secretário da Sedam se apresenta ao MPE para prestar esclarecimentos.

Agora, a polícia apura se há mais envolvidos e analisa o material apreendido nas casas dos servidores, que passará por perícia. Entre eles há computadores, CPUs e contratos. Eles foram encaminhados nesta terça ao Ministério Público lacrados em sacos.

Consultada, a assessoria do governo informou que o governador de Rondônia, Daniel Pereira, está em Brasília (DF) junto ao presidente da República, Michel Temer (PMDB), em uma audiência e que ele não consegue se pronunciar no momento.

‘Pau Oco’

Logo nas primeiras horas da manhã de segunda-feira (5), policiais civis foram às ruas para cumprir mandados de prisão, busca e apreensão contra servidores públicos. Eles cumpriram 15 mandados de busca e apreensão e 10 de afastamentos de função pública. Ao todo, quatro pessoas foram presas.

Segundo a diretoria da Polícia Civil, a ação visa apurar um esquema de extração ilegal de madeiras, sem qualquer verificação prévia em áreas florestais de jurisdição estadual, e o envolvimento de servidores comissionados da Sedam. Os locais de origem da retirada estão sendo mapeados.

As investigações, que começaram há quatro meses, apontam que os servidores faziam parte ou chefiavam uma organização criminosa e são suspeitos de lavagem de capitais, crimes contra a administração ambiental e falsidade ideológica.

As ações da organização envolviam lançamentos de informações falsas em documentos e sistemas públicos, bem como tomadas de decisões administrativas que iam contra a legislação.

O conhecimento sobre as fraudes aconteceu após a Polícia Civil realizar operações em reservas estaduais, no Vale do Jamari, em 2017. Na região, os policiais identificaram e entenderam as formas de ilegalidades na concessão de licença.

Durante a ação, os agentes recolheram documentos e o possível cronograma seguido pela organização criminosa. Também foram apreendidos mais de R$ 100 mil em espécie.

Na primeira etapa, a operação foi desencadeada pela Delegacia de Repressão as Ações Criminosa Organizadas de Cacoal (Draco/Interior), em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco/RO) e o Ministério Público de Rondônia (MP/RO).


Por G1