Polícia acabou com os esquemas da Lagoa Azul Empreendimentos, que vendia terrenos da União


Três pessoas foram presas por porte ilegal de arma durante a Operação Futuro Incerto, deflagrada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), de Porto Velho na manhã desta sexta-feira (21) para combater loteamento irregular e estelionato praticado pela imobiliária Lagoa Azul Empreendimentos Imobiliários LTDA. Seis armas de fogo foram apreendidas durante os trabalhos de busca e apreensão. 

De acordo com o delegado responsável pelas investigações Marcelo Cozac as denúncias começaram a chegar à delegacia em 2017 relatando que pessoas estriam vendendo terras da União e os compradores não estavam conseguindo a documentação de posse do bem. Hoje há uma determinação da Justiça, que mandou parar a venda de terras que deu início em 2009. “Um mapa aprendido na imobiliária mostrou que foram vendidos cerca de mil lotes no valor que giram em torno de R$10 a 30 mil e em alguns casos, as terras eram pagas à vista”, esclareceu. 

Para forçar o pagamento das terras, os supostos proprietários contratavam capangas para coagir os compradores que não pagavam ou atrasavam. O bando contratado também expulsava os invasores que não tinham adquirido uma terra dentro do loteamento. “Tudo isso foi relatado pelos compradores que denunciaram”, disse.

A suposta dona do loteamento seria Juliany Pinheiro Câmara de Macedo e ajudada por irmãos conhecidos Valdecir e Valmir, que negociavam as áreas irregularmente. 

Todos os terrenos não são passíveis de regularização já que as terras são da União do Programa Terra Legal em expansão urbana. Para que elas fossem legalizadas teriam que ser doadas pela Prefeitura o que não aconteceu. “O município não tem interesse nessas terras e elas foram negociadas com o compromisso de que seriam regularizadas e essa regularização é inviável legalmente na época em que se deu a negociação”, diz. 

Questionado pelo RONDONIAGORA sobre investigações realizadas desde 2015 e ainda em 2017 em uma ação civil pública denunciando essas mesmas irregularidades, o delegado Marcelo informou que não tinha conhecimento sobre essas vendas, mas que sabia da existência de um procedimento criminal para apurar a venda ilegal e crimes ambientais. “Agora desencadeamos essa operação focado nas vítimas do estelionato e orientamos os compradores a procurar um auxilio jurídico.”, finalizou.

Durante toda a manhã, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em vários endereços e no escritório da imobiliária para buscar de documentos que determinasse ligação entre os investigados onde foram apreendidos celulares e computadores que serão analisados pela polícia.

Ainda segundo a Polícia, o valor arrecadado pela imobiliária Lagoa Azul, criada para tratar das vendas dos lotes, ainda não foi calculado. As investigações seguem para determinar o envolvimento de dois irmãos na imobiliária. Foi constatado também o envolvimento de uma terceira pessoa que é a irmã da Juliany, identificada apenas como Júlia.


Fonte: Rondoniagora